quinta-feira, 2 de outubro de 2008

FÓRUM JUVENTUDES RJ EM DEBATE SEGURANÇA PÚBLICA COM PREFEITÁVEIS

Violência, segurança e direitos humanos em debate

Da Redação
Colaborou Diego Santos

Debate com os(a) candidatos(a) à Prefeitura do Rio de Janeiro – promovido pelo Ibase e Cesec/Ucam – lotou, ontem (23/9), o Teatro João Theotônio, na Universidade Candido Mendes, no Centro do Rio. Cerca de 350 pessoas puderam conhecer propostas para a resolução de problemas relativos à violência, segurança e aos direitos humanos.

Compareceram Jandira Feghali (PCdoB), Alessandro Molon (PT), Chico Alencar (Psol), Gabeira (PV) e Paulo Ramos (PDT). As perguntas foram feitas por representantes da sociedade civil. A organização do debate previa perguntas e respostas definidas em ordem de sorteio. Cada entidade participante pôde dirigir sua pergunta a um(a) candidato(a).

A ONG Criola, representada por Lúcia Xavier, perguntou a Chico Alencar sobre a acusação de mulheres de favelas serem responsáveis por gerar criminosos. Em resposta, o candidato do Psol defendeu a necessidade de um olhar mais humano às mulheres de favelas e acrescentou: “É possível mudar essa visão de que os direitos humanos favorecem bandidos”.

Chico Alencar, em resposta ao Grupo Arco-Íris, representado por Gilza Rodrigues da Silva, defendeu que o respeito à diversidade deve ter início nos bancos escolares. “745 mil pessoas vão às escolas municipais. Com educadores atualizados, muitos de nossos preconceitos podem ser rompidos.”

Reginaldo Lima, representando o Grupo Cultural Afroreggae, dirigiu à candidata do PCdoB pergunta sobre as propostas de mudanças urbanísticas privilegiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dentre as soluções, Jandira Feghali apontou a intervenção total da prefeitura nas obras do programa. “É preciso municipalizar as decisões do PAC. A intervenção tem que ir além do urbano. São necessárias políticas públicas que venham para ficar”.

Em resposta ao Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do RJ, representado por Vinicius George, Jandira, assim como o candidato Molon, defendeu uma Guarda Municipal não-armada. “Uma guarda de porta de escola, porta de universidade, do parque, próxima do povo. Na minha gestão, Guarda Municipal não bate em camelô”.

Molon aproveitou o debate para tocar no ponto principal de sua plataforma, que é a criação de um Gabinete de Gestão Integrada. Em resposta ao movimento Rio de Paz, representado por Antonio Carlos Costa, disse que para resolver a situação dos territórios dominados por milícias “é preciso atacar na origem o financiamento de grupos que dominam territórios”.

Gabeira respondeu à pergunta feita por Fransérgio Goulart, do Fórum de Juventudes do Rio de Janeiro, sobre os altos índices de mortalidade de jovens negros. Referindo-se à integração defendida por Molon, Gabeira acrescentou: “Os problemas da metrópole são superiores à capacidade de administração. A integração entre os âmbitos federal, estadual e municipal é importante, mas é essencial também a integração com a sociedade civil e o setor privado”.

Para Chico Alencar, é preciso estar atento às aproximações com o privado. “Há captura dos poderes do Estado pelo privativo. As milícias são privatizações, são fruto não só do privatismo como da omissão do poder público”.

Gabeira defendeu ainda, em resposta ao Observatório de Favelas, representado por Raquel Willadino, a importância do investimento em inteligência e informação para salvar vidas e prevenir crimes.

Paulo Ramos, do PDT, atacou o atual modelo de segurança pública e criticou a falta de punição ao sistema fascista e genocida que, segundo ele, está entranhado nas corporações. “É necessário lembrar que o crime organizado vai além da favela, faz parte de uma economia de mercado.” Segundo ele, falta um projeto nacional para o país. “Sem um projeto que defina os rumos do país, não haverá alternativa”.

Os(a) candidatos(a) ressaltaram, ainda, em unanimidade, a importância da mobilização popular para estas eleições e questionaram os números de institutos de pesquisa. Os(a) candidatos(a) Eduardo Paes, Marcelo Crivella e Solange Amaral foram convidados, mas não compareceram.

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